quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

[NEW] Look Around - Red Hot Chilli Peppers



videoclipe interativo! De Red Hot Chilli Peppers, da música Look Around ;)

Certamente uma nova era se inicia. Não se dá mais para fazer vídeos com o velho formato e passá-los na MTV. Não se dá mais para lançar CDs e esperar vender dez milhões como nos anos 90. A internet eliminou muitas das barreiras entre o fã que consome aquele produto e o artista que oferece aquele produto. É evidente que a tentativa de aprovar SOPA/ACTA e as várias versões dessas leis restritivas contra pirataria digital é simplesmente um ato de desespero de gigantes empresas que vêem um modelo que funcionou tão bem durante anos.

Mas é preciso mudar. As empresas que defendiam tão bem os direitos autorais não podem continuar trabalhando como sempre trabalharam, porque o próprio conceito de direito autoral se moldou de acordo com os novos tempos. A forma de se comercializar imagem e som tem que mudar, e é necessário que artistas tomem à frente e mostrem como querem que o trabalho deles seja visto e comercializado. É fundamental se adaptar aos novos tempos.

Aproveite o vídeo interativo. Que mais deles venham! =)

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Resenha: Give Me All Your Luvin'



Artista: Madonna
Direção: Megaforce
Ano: 2012


L-U-V-MADONNA!
Y-O-U WANT!

Primeiro single de uma nova era desde o famigerado Hard Candy. Primeira era desde Lady Gaga, supostamente a nova rainha do pop. A nova era se abre com Give Me All Your Luvin', primeiro single do álbum MDNA e tem sua estréia na apresentação de doze segundos no Super Bowl. A audiência do show foi maior do que a do próprio jogo, o que só reforça o poderio que Madonna tem em toda a sociedade americana. E o que seria Give Me All Your Luvin' senão uma grande consideração sobre o poder e a influência de Madonna?

Quando saiu a música, as pessoas comentaram o quão estranho era Madonna lançar uma música cujo refrão soava como as líderes de torcida cujas letras são soletradas. Esperavam por uma Madonna classuda, cheia de glamour, que passou o último ano sendo diretora de um filme glamuroso, W.E. Esperavam pela Madonna que apareceu no Cannes com sua elegância habitual. E recebemos uma Madonna cheia de brincadeiras e ironias.

Give Me All Your Luvin' já começa com a participação especial de M.I.A. e Nicki Minaj. A M.I.A. é uma cantora extremamente polêmica por tratar de terrorismo, desigualdade social, guerras civis e vários outros problemas. Inclusive já teve problemas para entrar nos EUA (ela é britânica, mas família de Sri Lanka, se não me engano). É muito simbólico vê-la ao lado de Madonna, Rainha do Pop, um dos maiores ícones da cultura americana, vestida de líder de torcida - símbolo americano também. Já Nicki Minaj é uma cantora mais americana (apesar de ter nascido em Trinidad e Tobago), sendo uma "estrela em ascenção". Ela é, no momento, a rapper mais notória (para a infelicidade de Lil'Kim). E então temos as duas cantando L-U-V-MADONNA! vestidas de líderes de torcida. Com essas artistas tão internacionais e tão simbólicas, Madonna certamente não errou em fazer parceria com elas.

Elas são as únicas líderes de torcida com alguma voz - nem que seja para louvar Madonna. As outras usam uma máscara com rosto de anime (desenho japonês) e a peruca chanel e preta, como marionetes. Assim como os jogadores que fazem de tudo para servi-la: tiram seus casacos para colocá-los no caminho e ela não pisar nas poças de "ouro" (cai uma chuva dourada), aceitam serem pisoteados e levam tiros por ela. São seus servos que dão a própria vida para protegê-la. Madonna sabe disso e não se preocupa nem um pouco em poupar algum deles. Pelo contrário ela os usa o máximo que pode, sendo louvada como uma imperatriz (o que nos lembra a performance do Super Bowl). Tanto a líder de torcida quanto o jogador do futebol americano são símbolos dos EUA, tidos pelo imaginário como parte da cultura do país. Não importa se você está na Califórnia ou Texas, certamente todas as escolas possuem as líderes de torcida com o mesmo uniforme, os jogadores com o mesmo porte e a mesma fonte de letra para as iniciais da escola. Ou seja, Madonna se apropria de um símbolo da cultura americana para, indiretamente, afirmar que toda a sociedade americana está aos seus pés. Literalmente falando, no caso do videoclipe.

A associação com líder+jogador também se faz com os dizeres iniciais no começo do videoclipe: "os fãs podem fazer você ficar famoso / um contrato pode fazer você ficar rico / a imprensa pode fazer de você um superstar / mas só o amor pode fazer de você um jogador". O que seria esse amor? Não acho que seja simplesmente o amor pela profissão (que, certamente, Madonna possui em abundância), mas o amor que os outros tem por você. A quem ela pede esse amor na música? Em quem ela pisa para conseguir o que ela quer? Quem a protege da chuva dourada e dos tiros? Certamente aí que está a fonte do amor: os outros. Só o amor pode fazer de Madonna uma jogadora, e só o amor - tanto dela pelo ofício quanto dos outros (nós, no caso) por ela - fez com que ela durasse tanto tempo nesse mundo de música tão volátil, tão instântaneo.

O que me faz concluir que ela está falando não de um namorico, mas da relação dela com nós - fãs, mídia, governo americano, todo mundo? O fato de ela ter evocado duas de suas maiores polêmicas:

1. Com a Igreja Católica por conta de Like a Prayer: o crucifixo branco em seu pescoço na mesma cena em que
2. Com blusa revelando seu sutiã de oncinha, ela carrega um bebê de plástico - que me fez lembrar o alvoroço que a mídia faz em cima das adoções dela, em especial, a de David.

Ela canta e ri encarando diretamente a câmera, em tom de desafio. Ela porta o crucifixo como se zombasse ("olha só, Papa! Eu continuo aqui, vinte anos depois, linda, rica, loira, famosa!"). No final do videoclipe, ela joga o bebê de lado com um enorme sorriso, como uma grande brincadeira.

Aí logo depois que os jogadores se jogam na frente de armas, levando os tiros por Madonna, e formarem uma pirâmide humana para que ela escalasse, temos a cena de Madonna, Nicki e M.I.A. vestidas de Marilyn Monroe, com o cabelo e a maquiagem características. Estão em uma sala, e nas paredes, há "cabeças" robóticas que se movem de acordo com os movimentos de Madonna e das garotas. Marilyn Monroe é um ícone que sempre foi revisitado por Madonna. Desde que a cantora se estabeleceu como cantora pop, ela faz frequentes homenagens à Marilyn - a mais conhecida é na forma do videoclipe Material Girl evocando a clássica cena no qual Marilyn canta Diamonds Are Girl's Best Friends. Marilyn é um dos rostos da América (América sendo o conceito do país da liberdade, dos sonhos alcançados, das riquezas prometidas): uma grande diva, peculiar beleza e fim trágico. Madonna travestida de Marilyn sendo obedecida pelas cabeças robóticas e as líderes de torcida soando inanimadas até que a parte de Nicki comece.

Elas soam mecânicas, como se obedecessem às ordens de Madonna - se beijam e movem a cabeça atrás de uma coluna de garrafas (aparentemente de bebidas alcóolicas). Uma delas, inclusive, tira a parte de cima da roupa, revelando um sutiã preto. Beijo lésbico, sensualidade, álcool não são novidades em vídeos de Madonna. Ainda mais no mesmo aposento no qual Madonna se veste de Marilyn Monroe (tida como símbolo sexual e morreu supostamente por overdose de barbitúricos). Ela dança brevemente e as suas líderes de torcida prediletas - Nicki e M.I.A. - ganham alguma voz e cantam um pequeno trecho cada uma.

Observação: os jogadores todos tem o número 36 nas costas do uniforme. Marilyn Monroe morreu aos 36 anos.

Tendo os jogadores como platéia, os robôzinhos como mídia que se movimenta de acordo com os movimentos de Madonna, Nicki e M.I.A. como seguidoras, é fácil imaginar o recado de Madonna sendo afirmado mais uma vez. Na cena seguinte que eu classifico como perturbadora, Madonna está pisoteando sobre jogadores. Todos eles embaixo, as líderes de torcida "sobre" os jogadores, dançando. Uma delas move o bastão de beisebol e decapita um jogador. Madonna ergue o capacete como um troféu.

Não, não é a decapitação que considero perturbadora.
É o fato de que parece não ter nenhuma cabeça. Repare que no videoclipe todo, não vemos nenhum rosto dentro daqueles capacetes. Só vemos o vazio, a escuridão - como se não houvesse cabeça. Quando a líder de torcida decapita, sai faíscas douradas - como se fossem robôs. Madonna ergue o capacete vitoriosa e não tem nada indicando que tinha uma pessoa ali. Como se não bastassem as máscaras de anime estranhas das líderes de torcida, ainda tem essa ausência de humanidade nos jogadores. Me pergunto se isso é alguma forma de Madonna dizer que para que uma pessoa se destaque, é preciso que a platéia que a aplaude tenha falta de personalidade ou algo do tipo. Mas não acho que Madonna chamaria os próprios fãs de sem-personalidade. Provavelmente ela poderia se referir à imprensa dessa forma, mas acho que nesse videoclipe, as cabeças robóticas encarnam melhor o papel da imprensa: presos à polêmica de Madonna em torno de sexo e outros assuntos, sendo habilmente movimentados de acordo com Madonna. Já os jogadores a seguem para todos os cantos. As líderes de torcida dançam junto com ela. Eu diria que eles são como os fãs.

Give Me All Your Luvin' é, no fundo, sobre fãs que se sacrificam, sobre uma imprensa manipulada, sobre críticos que tentaram derrubar Madonna, sobre apoiadores fiéis e sobre uma mulher que é, acima de qualquer título, uma grande jogadora e deve ser respeitada como tal - Madonna.


madonna says: venha ser meu súdito rs

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Retrospectiva 2011 ♥




Critérios:
Fotografia é algo que prezo muito. O videoclipe não precisa ser ambientado em cenário super mega montado cheio de detalhes super bem elaborados, mas é legal você caracterizar bem o ambiente. Estou incluindo aqui a iluminação (um holofote que estoura a cara da pessoa estraga tudo), os figurinos usados, a maquiagem, tudo que é pensado por um zilhão de pessoas e, por isso mesmo, não tem desculpa quando sai mal feito.
Atuação do artista em si ou, caso não tenha nada feito filminho, do "encaixar" da pessoa com a situação. Tá na cara quando a pessoa se sente desconfortável com a câmera, quando ela fica evitando olhar, quando ela olha de um jeito muito estranho. Nós temos que sentir que a pessoa nem sabe que a câmera tá ali, na cara dela, e a pessoa tem que nos fazer sentir que não há câmeras. A galera tá sendo bem dirigida?
Conceito do videoclipe. O que quer dizer as coisas que aparece? A historinha tá clara? Ou ela é cheia de metáforas que temos que nos dar ao trabalho de entender? O conceito é só ficar dançando de frente pra câmera e pronto? Vamos, estavam com preguiça de fazer algo decente e fez qualquer coisa?

Pois bem, critérios adotados. Vamos lá!

OBS.: é uma compilação, não um ranking.
OBS.:² só clicar nas capas dos singles que vai pros vídeos no Youtube.





Eu sei que galera vai odiar ver esse vídeo na lista. Mas não tem como. Primeiro que a fotografia é toda linda e ai de você se resumir toda a fotografia a um pano estendido e pronto. Não vou ser dessas de 'você não entendeu nada', porque eu também não entendi muita coisa. Mas é um vídeo apropriado para a música, por mais simples que seja. Os copos de vidro, a própria Adele que resume o vídeo só nas expressões faciais dela. Desculpa se você não concorda, eu entendo totalmente. Mas eu PRECISO colocar Rolling in the Deep nessa lista. Eu preciso porque eu acho o vídeo perfeito: fotografia perfeita, iluminação perfeita, tudo sublime.



Sei que tem uma galera declarando ódio à Rihanna, afirmando que ela não faz nada decente desde Rated R. Outras dizem que ela não faz nada que preste desde os tempos de Umbrella. E ainda há quem afirme que ela nunca fez nada que preste, então We Found Love não foge à regra. Mas é o seguinte: Rihanna é uma artista que vem crescendo muito na videografia. Não dá para eu ignorá-la. Não dá para sentar e ficar nessa de mimimi ela não é decente quando ela É. Desde Rated R, ela tem apresentado videoclipes que eu, sinceramente, não entendo como tem gente que chama de merda. NÃO DÁ, GALERA.

Aí de toda a era Loud, ela vai lá e apresenta Man Down, California King Bed, Cheers, etc. Tudo com vermelho e tons do gênero, e é tudo bom, sabe. Não tem nada muito ruim na lista. Nada apenas "é, fez o que podia". Se minha média é 6, a menor nota de Rihanna seria 7. Mas We Found Love é outro nível para Rihanna. A fotografia, a edição, a atuação, o conceito, tudo isso é misturado e ordenado de uma forma que eu realmente gostei. A história é sobre um amor intenso demais, profundo demais, atordoante demais e perigoso demais. É como Rihanna diz: "você quase deseja que todas aquelas coisas ruins voltem, só para com elas virem as coisas boas". A introdução no final foi a cereja.



Motivo: é puro amor. E eu amo vídeos que são puro amor.



Eu já fiz análise desse vídeo aqui, e eu tenho a absoluta certeza de que é um dos melhores vídeos lançados em 2011. Galera tem mania de fazer listinha e ficar só falando de cantora americana e, se muito, britânica, mas todo mundo esquece os coreanos que estão dando uma surra nos ocidentais em termos de videografia. Galera do pop coreano, em geral, faz ótimos vídeos, com conceitos muito bem bolados, coreografias sempre bem ensaiadas e fotografia impecável. Eles realmente se empenham, e por isso acho injusto ignorar essa galera mesmo que eu não conheça tanto deles como gostaria. Mas Brown Eyed Girls é uma girlband que se destaca no meio e eu acho que os videoclipes estão um nível acima do padrão asiático.

[comentário off: adoro a Ga-In nesse vídeo. Minha preferida de longe]



Eu não quero repetir artistas, de modo que esse vai ser o único vídeo de Katy Perry na lista. Eu o escolhi porque é divertido, engraçado, debochado e o que prova, de uma vez por todas, que Katy não é uma artista que fica toda preocupadinha pra ver se fica bonitinha na câmera. Ela se expõe ao ridículo se isso for melhor ou soar legal no trabalho dela, e sinceramente eu aprecio muito esse lado nela. Last Friday Night é o tipo de vídeo que todo mundo gosta, mesmo que deteste a cantora, e ele tem participação de Rebecca Black e do carinha de Glee, o Darren, e isso faz com que mais pessoas gostem do vídeo. Também tem os Hansons e eu espero que você lembre de quem são eles, sinceramente.



Eu não sou uma pessoa fã de Lady Gaga. Mas ela sempre apresentou uma boa a excelente videografia, tendo conceitos elaborados e se preocupando com o aspecto visual do trabalho dela. Yoü and I é, na minha opinião, o melhor videoclipe dela de 2011. Ela tem diferentes personas: a sereia, a moça dos cabelos longos, a moça cobaia e, a cereja do bolo, o Jo Calderone. Ela, decididamente, sabe atuar em seus videoclipes e a fotografia em Yoü and I é sublime. Realmente excelente e, por isso, merece que seja incluído nessa lista. Se não fosse, seria apenas birra minha.



Só a coreografia faz com que esse vídeo seja incluído. Aí você olha para os figurinos, para a fotografia, para a sicronia entre dançarinos e entende porque o vídeo merece estar na lista.
Porém isso não quer dizer que eu goste dele. E muito menos eu o considero feminista.



Divertido, colorido e reflete bem à realidade do bullying: professores que ignoram o conflito e pequenas diferenças são motivo de tormento. O carisma da pequena atriz que se parece muito com Jessie J só faz com que o vídeo se torne o meu preferido da cantora. Alguns criticam o vídeo pelo mau exemplo que se dá já que a garotina começa a vandalizar a escola, mas sou daquela opinião de que diz 'foda-se'. Ninguém censura Lady Gaga. Ninguém censura os vídeos nojentos de rappers que degradam as mulheres. Vão ficar falando de Who's Laughing Now? Que estúpido.



Um único take, quatro caras usando máscaras de macaco e o próprio artista, uma música engraçadinha e uma coreografia simples e debochada = um videoclipe que você acaba sorrindo de tão engraçadinho que é e aí você fica mostrando pra sua mãe porque, olha só!, os macacos são tão bonitinhos!

Sim, os comentários sobre cada vídeo estão ficando cada vez mais curtos.



Eu sei que é Selena Gomez e eu sei que ela é da Disney. Eu sei que ela não é nenhuma Madonna.
Mas o vídeo é bonitinho. O visual todo trabalhado na linha breguice from karaoke anos 90 (época que karaokê era O HIT dos aniversários e todo mundo só queria saber cantar de Ilariê e Olhar 43) fica super legal, se encaixa na música. E a cantora tá super bonita e eu sou dessas que se influencia pela beleza da cantora. Sou dessas que se amarra em um videoclipe breguinha também.






Só quem esperou por algo nível Lady Gaga e recebeu algo nível Stephany Absoluta entendeu o que era se decepcionar tanto com uma cantora pop.



Quando você espera algo nível coreano e recebe algo com várias caras e bocas. Desculpa, fãs da Hyuna, mas sem chance de eu considerar esse vídeo bom. É insultar a própria nação da guria.



Não sei se eu esperava muito porque Criminal é a minha música favorita da Britney ou se eu fui otária porque não se podia esperar mais, tendo em vista os vídeos recentes sendo lançados. Mas eu esperava algo foda. Eu fiquei até noite esperando por isso. E Britney me presenteou com um pseudo-filminho no qual a atuação dela não é das melhores (para ser gentil), com um amor criminoso que não é tão quente nem tão perigoso, as cenas dela sozinha são dispensáveis e... é isso, vídeo zzzz. Decepção. Esperava mais de ti, Britoca.



Eu vou jogar Christina na cruz. Desculpa aí, você é a minha linda forevermente, mas a demora eterna para sair esse vídeo e, no final, vir um 7 Things versão rockinho não compensou. Não perdôo Christina só porque sou fã. Nem Maroon 5 já que não sou fã nem nada.


*não achei capa do single, botei do cd.

Porra, Beyoncé. Você é melhor que cintas-ligas, preto e branco, atmosfera anos 40 e uma dancinha básica para sensualizar com seu macho.