terça-feira, 4 de outubro de 2011

apenas uma arte.

Eu devo um zilhão de desculpas por não ter postado mais no Lunalogia. Eu não tenho desculpas, só a mais pura e terna preguiça. Porque a preguiça é a mãe de todos os vícios. Mas eu decidi que nesse outubro, independente do que aconteça (minha escola sair da greve ou não), eu me comprometerei com o meu projeto da CNPq (muito, muito importante), com o Lunalogia e com os estudos. Em segundo plano, pretendo retornar com o Pernície e escrever uns livros (tenho vários projetos, nenhum está aos 50%, digamos assim). Confesso que sou extremamente relapsa, irresponsável, inconsequente.

Mas eu decidi que preciso melhorar (e confesso nesse espaço público que meu namorado me deu um ultimato: enquanto eu não terminar meu projeto, ele não virá à minha casa e isso significa tortura psicológica muito, muito cruel). Eu vou melhorar. Vou dormir mais cedo, acordar mais tarde, fazer posts pro Lunalogia independente de eu achar o vídeo chato ou não (eu estava fazendo análise de Hold It Against Me. Eu adorava aquele vídeo. E, de repente, passei a achar o vídeo um porre. Como se tudo fosse óbvio demais!). Vou fazer o meu projeto da CNPq (senão a CNPq me processará e me obrigará a devolver cada centavo que estão me pagando). Vou estudar para o ENEM. Vou ser uma pessoa centrada e responsável. Blanca, não ouse rir dos meus planos, porque estou falando sério, muito sério.

Enfim. Do que se trata esse post senão minhas desculpas e minha tentativa de redenção? Oh, apenas minha opinião sobre videoclipes.

Videoclipes são feitos para acompanhar músicas. Eles surgiram com o The Beatles, porque eles não podiam estar em todos os lugares ao mesmo tempo para tocar. Então eles fizeram um vídeo que acompanhasse aquela música e mandavam esse vídeo. Então os canais de TV passavam aquele vídeo. E isso se espalhou. Todos os artistas passaram a fazer. E o vídeo virou uma ferramenta visual, uma arte à parte. Há diretores, diretores de fotografia, roteiristas, maquiadores, figurinistas e engenheiros de efeitos especiais que vivem fazendo videoclipes de 4, 5 minutos. E particularmente sou apaixonada por eles.

Por que eu sou apaixonada por videoclipes? Basicamente porque eu considero que videoclipe é a junção de duas artes que eu amo de todo o coração: cinema e música. Saber fazer um vídeo é muito mais do que colocar uma câmera e uma cantora dançando sensualmente na frente dela. É uma arte. É absolutamente incrível como tantas pessoas se dedicam a produzir uma sequência de cenas, várias descartadas, para algo que pode ser inútil. Que pode não ter sucesso. Que pode ser ruim, rejeitado, esquecido. Ou pode ser louvado. Pode ser lindo. Pode ser fabuloso. Pode ser revolucionário. Pode mudar tudo. Quem diria que Thriller seria tão copiado assim? Quem diria que Single Ladies teria sua coreografia tão exaustivamente copiada até por bebês? Então, sabe, eu decidi fazer esse blog. Mas porquê?

Assim como filmes e livros, videoclipes também toda uma mensagem por trás. Eles carregam conceitos não só do artista, mas também do diretor, roteirista, e tantas outras envolvidas. Assim como há filmes vazios, há vídeos vazios. Mas ainda assim todos eles falam ALGO. E esse algo me fascina. Mas não vejo muitos blogs de análises de videoclipes por aí. Sabe, tem o FreakShowBusiness que simplesmente analisou Bedtime Stories e Telephone de uma forma que me deixou de joelhos. Eu não ouso falar desses vídeos depois do que foi dito. Mas o foco do blog não é videoclipe, e sim o pop em geral. Tem blogs dedicados à música, outros aos livros, outros aos filmes, mas não vejo nenhum que fale 100% de videoclipe, sabe? Então eu me resignava em ler análises em um blog conspiracionista cristão e, digamos, não era uma boa opção, mas era a que eu tinha encontrado. Eram análises longas e detalhistas, mas cheias de preconceito e aquele insuportável tom conspiracionista. E eu meio que percebi que a maioria das pessoas não entendia os videoclipes. Eles não entendiam o que as cantoras do pop queriam dizer, e não tinha ninguém pra dizer "olha, isso foi inspirado nisso e aquilo", mas sempre tem esses blogs conspiracionistas para afirmarem, com certeza, de como esses videos são cheios de referências ocultistas. E o que as pessoas farão? Elas acreditarão.

É por isso que eu quis fazer esse blog. Eu só queria dar uma interpretação minha - que não inclui nenhum ritual macabro de satanismo. Eu só queria chegar e dizer 'hey, gente, que tal esse ponto de vista?'. É isso que eu quero fazer nesse blog. Porque eu estou cansada de ver os fãs de Lady Gaga tentando interpretar os vídeos dela e todos agindo como se isso fosse ridículo, porque, hey!, não é! Não é ridículo você tentar entender o porquê de sua artista ter dançado entre crucifixos pegando fogo. Não é ridículo você procurar as referências artísticas de seu artista para sacar o que ele quis dizer. Não é ridículo tentar pensar como aquilo se relaciona à música! É cultura, e não é só "coreografia + carão + fogo/água/qualquer coisa". É uma obra de arte que merece ser analisada, assim como filmes e livros.

Em suma, concluo meu post que vai, oficialmente, restaurar esse blog já com aranhas, apesar de ser tão novinho. ♥


fonte: we ♥ it

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